quarta-feira, 4 de julho de 2012

Nova Plus Size

Em meus 28 anos passei por muitos processos que demandavam aceitação de minha parte, mas nenhuma aceitação pesou mais no meu conceito do que me aceitar gordinha.

Durante a infância mantive o biotipo normal, na adolescencia os ombros abriram bem e me tornei uma magra de ossatura larga, na época já suspeitei que essa ossatura larga era como um "alvará", engordar seria questão de tempo e não demorou muito.

Venho de uma família de mulheres cheinhas, as que não são sofrem para tentar se manter firmes na tênue linha que separa uma mulher "mignon" e uma famigerada gordinha.

Some a essas tendências a síndrome de ovários policísticos e hipo tireoidismo e está formada uma gordinha por distúrbios hormonais. Mas independente da causa, a maioria das pessoas sempre vão te enxergar como a sedentária que come demais.

Ignorando a opinião alheia, se aceitar acima do peso saudável, o peso estético, aquele que te coloca em um padrão de normalidade é uma coisa bastante complicada. O primeiro passo é parar de se espelhar em pessoas que não se parecem em nada com você. Olhar catálogos e fazer compras com base em modelos magras só criam expectativa e frustração.

Se você é gordinha de infância, teoricamente já está acostumada a esse universo, conhece lojas específicas e em tese não se ilude com modelagens menores. Porém se você já possuiu um corpo magro ou esbelto e agora se encontra acima do peso, é preciso redescobrir suas formas e tirar seu cérebro do pensamento mecânico.

Meu peso inicial aos 18 anos, no processo de "engostosamento" era 58 quilos (para 1,70 de altura), ou seja manequim 38. No primeiro mês de casada sob forte estresse no trabalho, falta de tempo e muitas responsabilidades novas além de uma casa incompleta, tive uma alimentação muito deficiente e de cara ganhei 10 quilos. Nos anos seguintes comecei a trabalhar em casa e passei pela primeira crise depressiva, nessa mesma época descobri os ovários policísticos e iniciei diversos tratamentos sem sucesso, ora a medicação dava reação como náuseas e desmaios por queda de pressão e ora não fazia efeito.

O ganho de peso vinha a granel e de forma rápida, de 3 em 3 quilos com distância pequena entre uma pesagem e outra, muito enjôo, retenção de líquido e muito mal estar. Por diversas vezes pensava estar grávida, virei amiga das enfermeiras do laboratório de análises clínica, todo mês eu fazia um Beta HCG.

100 quilos foi um marco na minha vida, procurei uma médica endocrinologista, após uma bateria de exames descobri o hipo tireoidismo e iniciei um tratamento drástico com medicação para todas as minhas "zicziras" e também para emagrecer. Foi o meu inferno!

A medicação para hipo, poli cistos e moderadores de apetite acompanhados de calmantes conseguiram me tirar de órbita por mais de 6 meses. Cada remédio tinha sua reação negativa e eu não sabia (só suspeitava) que ainda estava com pedra na vesícula e precisaria de uma cirurgia. #pereba mode on

Resumindo, abandonei os tratamentos, fiz a cirurgia e agora estou voltando a tratar o hipo tireoidismo e o poli cisto. Não pretendo voltar a tomar moderadores de apetite, espero perder alguns quilinhos com os tratamentos, já que ambos os problemas causam aumento de peso e cooperam para o meu atual quadro de esteatose hepática e agora pós remoção da vesícula um provável aumento do colesterol.

Bom... é isso! Agora que decidi não brigar mais com quem o meu corpo é, espero poder colaborar com outras pessoas que como eu se aceitaram com o corpo que possuem e agora só precisam de uma coisa... Encontrar o que vestir!

The End...


Um comentário:

  1. Concordo com vc. A aceitação de si mesmo é o primeiro passo para a felicidade.
    Já segui sua primeira dica... Adorei a Feline!
    Bjs,

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